ATA DA SEXAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-8-2008.

 


Aos quatorze dias do mês de agosto do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, Maria Luiza, Maurício Dziedricki e Valdir Caetano. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 196/08 (Processo nº 4791/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 659187, 660050, 660095 e 660583/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Trigésima Sexta, Trigésima Sétima e Trigésima Oitava Sessões Ordinárias e a Ata Declaratória da Trigésima Nona Sessão Ordinária. A seguir, o Senhor Presidente apregoou Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, e do Vereador Carlos Todeschini, solicitando informações quanto à existência de estudo contemplando as alterações na área da orla do lago Guaíba, conhecida como Pontal do Estaleiro, decorrentes da implantação da mudança de regime urbanístico pretendida para essa área pelo Projeto de Lei Complementar nº 006/08. Na oportunidade, o Senhor Presidente determinou à Diretoria Legislativa fosse efetuada a autuação desse Requerimento e notificado o Presidente da Comissão Permanente na qual se encontra tramitando o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, tendo ainda, em face de manifestações e Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Luiz Braz, respondido relativamente aos encaminhamentos a serem dados ao referido Requerimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell criticou o Governo Municipal, afirmando que se observam casos de perseguição política em órgãos da Prefeitura de Porto Alegre. Também, asseverou que faltam medicamentos de uso continuado nos centros públicos de saúde e propugnou por melhorias na manutenção de logradouros públicos da Cidade. Além disso, informou que protocolará projeto de lei para incentivo à instalação de empresas do tipo “call centers” no Município. O Vereador Dr. Goulart, em tempo cedido pelo Vereador Alceu Brasinha, discorreu sobre os serviços públicos de saúde a que tem acesso a população, lembrando que essa atividade se encontra plenamente municipalizada em Porto Alegre. Nesse sentido, declarou que o atendimento médico-hospitalar enfrenta graves problemas na Cidade, questionando as causas dessa situação e apresentando dados atinentes ao montante de recursos repassados pelos Governos Municipal, Estadual e Federal para aplicação em programas nessa área. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni, em tempo cedido pelo Vereador Carlos Comassetto, reportou-se ao pronunciamento do Vereador Dr. Goulart, em Grande Expediente, acerca do sistema público de saúde do Município, frisando a importância do acesso dos Vereadores e da população aos dados referentes aos recursos recebidos e às atividades implementadas nessa área. Quanto ao assunto, criticou os encaminhamentos efetuados pelo Prefeito José Fogaça na condução do Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. O Vereador Carlos Todeschini concordou com a manifestação do Vereador Adeli Sell, em Grande Expediente, de ocorrência de assédio moral em órgãos do Poder Executivo. Também, avaliou o sistema de saúde disponibilizado à população e propugnou por políticas de inclusão social de jovens, conforme previsto na Lei Municipal nº 10.391/08, que dispõe sobre a organização e a integração dos serviços públicos de segurança municipal. Finalizando, saudou a aprovação, pelo Governo Federal, do piso nacional do magistério. O Vereador Claudio Sebenelo discorreu acerca da importância da educação no desenvolvimento do Brasil, sustentando que o investimento na melhoria das condições de ensino e saúde de crianças é fundamental para a diminuição dos índices de analfabetismo funcional no País. Nesse contexto, manifestou sua convicção de que somente com o avanço dos atendimentos básicos de saúde e educação diminuirão o número de pacientes em hospitais e a criminalidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes cobrou mais respeito, por parte de Vereadores desta Casa que apóiam o Executivo Municipal, ao Partido dos Trabalhadores, recordando a participação desse Partido na luta pela redemocratização do Brasil. Também, criticou os Governos Municipal e Estadual, especialmente no tocante às áreas de saúde e educação públicas e, finalizando, parabenizou ações implementadas em nível federal pela diminuição da desigualdade social no País, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell protestou contra a política habitacional desenvolvida pelo Governo Municipal, declarando que as casas construídas pela Prefeitura como parte do Projeto Integrado Entrada da Cidade – PIEC – não oferecem condições dignas de moradia e que comunidades têm sido removidas para locais sem infra-estrutura adequada. Ainda, reiterou que há falta de medicamentos para distribuição em Postos de Saúde municipais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz contestou pesquisa de opinião na qual foi constatado aumento no número de pessoas que integram a classe média brasileira, reportando-se aos problemas de pobreza verificados no País. Nesse sentido, criticou as ações do Governo Federal em relação às políticas econômica e financeira, questionou o aumento de patrimônio do filho do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manifestou-se contra o pagamento de indenizações a anistiados políticos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch afirmou que a preservação ambiental é indispensável para a melhoria da saúde pública, destacando os malefícios causados à população pela poluição atmosférica. Nesse sentido, cumprimentou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Empresa Pública de Transporte e Circulação pela realização conjunta da Operação Ar Puro, de fiscalização da emissão de poluentes do ar por veículos automotores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha defendeu o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, de sua autoria, que classifica como empreendimento de Impacto de Segundo Nível o projeto de revitalização urbana do trecho da orla do Guaíba localizado na UEU 4036, denominado Pontal do Estaleiro. Também, parabenizou a Brigada Militar pelo serviço de segurança prestado na noite de ontem, na partida de futebol entre o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e o Sport Club Internacional. O Vereador Haroldo de Souza discorreu sobre os gastos da campanha eleitoral para Vereador em Porto Alegre, afirmando que se verificam pelas ruas da Cidade demonstrações de discrepância por parte de candidatos a esse cargo em relação ao número de veículos e recursos materiais usados para a propaganda política. Ainda, endossou o pronunciamento do Vereador Luiz Braz, justificando que a pobreza no País tem crescido pela incompetência e inércia dos governantes que ocuparam a presidência nos últimos anos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart pronunciou-se sobre Projetos de Lei de autoria de sua autoria, relativos à área da saúde e aprovados nesta Casa, mas que não foram sancionados ou regulamentados pelo Executivo Municipal. Também, analisou situações que, na opinião de Sua Excelência, dificultam o funcionamento do Sistema Único de Saúde, citando como exemplo a falta de sincronia entre determinações dos Governos Federal e Municipal no atendimento aos usuários desse Sistema. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro teceu considerações acerca das investigações que estão sendo feitas pelo Tribunal de Contas do Estado em relação à denúncias de irregularidades na aquisição de uma casa pela Governadora Yeda Crusius. Ainda, indagou acerca da justeza do lucro de trezentos e oito milhões obtido pelo Banrisul no primeiro semestre deste ano e, finalizando, protestou contra a cobrança de taxa sobre serviços inexistentes de esgoto cloacal na Cidade. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Raul externou a preocupação de Sua Excelência com a questão da saúde pública, lembrando ter dedicado toda sua vida profissional ao tema. Nesse contexto, debateu os principais problemas verificados no Sistema Único de Saúde brasileiro, como a superlotação das emergências nos hospitais, apresentando como alternativa a essa situação a implantação, em Porto Alegre, de Unidades de Pronto Atendimento que funcionem vinte e quatro horas por dia. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 659/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/08 (Processo nº 3784/08). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/08, os Projetos de Lei do Legislativo nos 123, 137, 162, 167, 170, 171, 173 e 174/08, os Projetos de Resolução nos 030 e 035/08; em 2ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/08, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/08, os Projetos de Lei do Legislativo nos 070, 145, 147, 175, 179, 180, 181, 188 e 189/08, o Projeto de Lei do Executivo nº 018/08, os Projetos de Resolução nos 037 e 043/08. Às dezesseis horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, há um Ofício dirigido a este Presidente, com o seguinte teor: “Os Vereadores que subscrevem o presente, integrantes da Bancada do Partido dos Trabalhadores, considerando a tramitação do PLCL 006/08, o qual classifica como Empreendimento de Impacto de Segundo Nível o Projeto de Revitalização Urbana do Trecho da Orla do Guaíba - localizada na UEU 4036, denominado Pontal do Estaleiro -, considerando as graves conseqüências que tal empreendimento acarretará à infra-estrutura urbana, social e ambiental da Cidade, considerando os termos do Parecer nº 73/08 da CEFOR, requerem, com fundamento nas disposições do art. 51, parágrafo único do Regimento desta Casa, seja encaminhada diligência ao Poder Executivo, solicitando sejam prestadas as informações sobre os seguintes aspectos; e, considerando que, para análise do PLCL, impõe-se a necessidade da avaliação quanto aos impactos já levados a efeito por diversos empreendimentos naquela região (Museu Iberê Camargo, Barra Shopping, Gigante para Sempre), bem como o uso previsto originalmente pela Lei Complementar nº 470/02:

1)   considerando a necessidade da execução de obras de proteção contra cheias, com diques e estações de bombeamento, como apontado na resposta oferecida ao Requerimento nº 056/08, Processo nº 4159/08 desta Casa, bem como no art. 3º do Projeto de Lei Complementar ora em tramitação, solicita-se seja informado acerca da existência de estudos preliminares do Poder Executivo quanto à questão;

2)   tendo em vista o conjunto de empreendimentos já existentes, em implantação ou em estudo (Museu Iberê Camargo, Barra Shopping, Gigante para Sempre), bem como o uso previsto originalmente pela Lei Complementar nº 0470/02, solicita-se seja informada a existência de estudo de circulação, acessibilidade, observando os impactos à circulação, no entorno, de veículos e pessoas, e a segurança viária;

3)             considerando que o art. 245 da Lei Orgânica do Município estabelece, em seus incisos I e V, respectivamente, que são áreas de preservação permanentes “as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais”, bem como as “margens do Rio Guaíba” e, levando em conta ainda a redação do parágrafo único do citado dispositivo da Lei Orgânica Municipal, segundo o qual, “Nas áreas de preservação permanente não serão permitidas atividades que, de qualquer forma, contribuam para descaracterizar ou prejudicar seus atributos e funções essenciais”, solicita-se seja informado se há Estudo de Impacto Ambiental para a região em face dos empreendimentos e regimes urbanísticos referidos no item anterior (pré-existentes ao Projeto em questão);

4)             considerando que a área em questão caracteriza-se como Área Especial de Interesse Cultural, solicita-se seja informado se há estudo considerando a necessidade da preservação arquitetônica e paisagística da referida área e seu entorno;

 

5) tendo em vista, como questionado no Parecer nº 73/08, da CEFOR, aprovado pela referida Comissão em 05/08/2008, que as alterações de Regime Urbanístico pretendidas pelo PLCL nº 06/08 para a área do Pontal do Estaleiro incidirão na alteração do uso e parcelamento do solo, solicita-se seja informado quanto à existência de estudo contemplando as alterações decorrentes da implantação dos empreendimentos e regime previsto na Lei nº 470/02.

       Plenário Otávio Rocha, 14 de agosto de 2008”.

                                (aa) Verª Margarete Moraes e o Ver. Carlos Todeschini.

    

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Diz o art. 51 do nosso Regimento Interno: “O pedido de diligência somente poderá ser feito ao Presidente, quando a matéria ainda estiver no âmbito da Comissão, mediante requerimento de Vereador.

§ 1º - O pedido de diligência interrompe os prazos previstos nos arts. 47 e 48 deste Regimento.

§ 2º - Quando o projeto estiver sob regime de urgência, não será deferido o pedido de diligência”.

Para tanto, como diz, o pedido de diligência somente poderá ser feito ao Presidente - não diz se é ao Presidente da Comissão ou ao Presidente da Casa. Eu, de imediato, recebo, determino autuação e solicito, em caráter urgente, urgentíssimo que o Sr. Diretor Legislativo ainda determine a intimação do Presidente da Comissão em que se encontra o Projeto. Este Presidente não sabe onde se encontra o Projeto. Portanto, a Diretoria Legislativa vai fazer a autuação e, estando em Comissão, que intime imediatamente ou notifique o Presidente da Comissão em que esteja o Processo.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para equiparar a tramitação de todos os Processos aqui nesta Casa, sempre que há um pedido de diligência, ele é dirigido ao Presidente da Comissão em que está tramitando o processo; sempre foi assim, é histórico aqui na Casa. E sempre é feita a votação dentro da Comissão para ver se esse Pedido de Diligência será aceito ou não, porque o Regimento fala que o pedido deve ser apresentado na Comissão. Só que, é claro, implica em votação, ainda, e sempre foi feito dentro da Comissão em que o processo está tramitando. Então, acredito que o Presidente da Casa teria a obrigação, sim, depois de votado na Comissão, de enviar o Pedido de Diligência para o Executivo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Luiz Braz, por essas razões é que eu estou determinando que seja autuado e, de pronto, notificado à Comissão - eu não sei em qual Comissão o Projeto se encontra. Todavia, não tenho certeza, mas acho que V. Exª não tem razão ao dizer que pedido de diligência tem que ser votado. Pedido de diligência é deferido de plano pelo Presidente da Comissão. É o que diz o Regimento, se é que não mudou o Regimento, e eu acho que não mudou.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu sei que V. Exª também é um conhecedor do Regimento, mas não diz o Regimento que o pedido de diligência é aceito de plano pelo Presidente; ele tem que ser entregue na Comissão, mas ele sempre foi votado nas Comissões.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas, de qualquer forma, essa dúvida poderá ser dirimida e, com certeza, será, mas eu continuo com a convicção de que o pedido de diligência não depende de votação. Portanto, está determinado, só peço à Diretoria Legislativa que tome as providências ainda na tarde de hoje para que o Presidente da Comissão correspondente possa receber a devida notificação.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ADELI SELL: Nobres colegas Vereadoras e Vereadores, Ver. Ervino Besson, precisamos ter muita calma, apesar de que em alguns momentos é quase impossível ter calma nesta Cidade, principalmente, no período em que nós estamos vivendo. Alguém já ouviu falar - certamente, porque as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores são pessoas informadas e instruídas - de que assédio moral é crime? Antigamente se falava em perseguição política. Pois está chovendo perseguição política, minha Líder Verª Margarete Moraes, na Prefeitura de Porto Alegre! Botaram, hoje pela manhã, dois leões-de-chácara em frente do DEMHAB. Por sinal, esse Departamento tem perseguição, é mais do que assédio moral, porque assédio moral é algo sofisticado. Perseguição! Porque as pessoas são de baixíssimo nível, medíocres, não sabem o que estão fazendo. Não sou eu que digo; são os Vereadores de um certo candidato, de um certo Partido que têm muitas coisas para falar, e eu espero que falem. Nós somos fiscais da Lei, nós temos que fiscalizar tudo de A a Z, não importa quem seja. Se há um militante do meu Partido fazendo algo errado, eu tenho obrigação, como dirigente partidário, de coibir, de buscar, de corrigir. Mas, Ver. Haroldo de Souza, que já esteve aqui falando sobre esse tipo de problemas, mas eles continuam. Mas o povo é sábio, o povo de Porto Alegre, agora que não tem bandeirolas, não tem cavaletes, não tem bonezinhos, não tem mais um monte parafernália, provavelmente terá mais condições de pensar. Não fosse o TSE liberar - está na mídia de hoje -, dizer que fazer jantares, almoços para atividades é possível. Então, liberou geral! Vai faltar frango na Avipal; vai faltar arroz de carreteiro, o povo do mercado vai festejar, até arroz-de-china-pobre e salchi-pão” então, nem se fala! Ora, senhoras e senhores, os doutos deste País proibiram o outdoor, que é uma mídia limpa, que comparado com um “santinho” num jornal... E o silêncio dos jornais, os senhores não acham engraçado isso? O silêncio sepulcral da grande imprensa! Mas, é claro, um “santinho” na capa custa uma babilônia de dinheiro! Uma babilônia de dinheiro! Eu não dobro a minha espinha! Eu tenho compromisso com o povo de Porto Alegre e eu sei que muitos dos senhores e das senhoras também têm.

Não me venham com papo-furado, a mídia se dobrou, está calando, porque está pensando nos “santinhos”! Nós, não; nós temos esta tribuna, Ver. João Antonio Dib, e temos o nosso corpo a corpo! Não tem dia, não tem hora, não tem grau de temperatura, não tem sol, não tem chuva que nos faça parar, porque nós vamos mudar, custe o que custar, dentro da ética! Porque coragem, determinação e trabalho não nos faltarão!

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero me congratular com V. Exª por estar abordando um assunto tão delicado, de uma forma tão correta e tão altaneira, porque nós não podemos mais, realmente, tolerar esse tipo de agressão com os candidatos que vão de casa em casa, que vão de porta em porta, que falam com as pessoas, que debatem, que fazem política de uma maneira digna. E fazer política invasiva, só os tumores malignos. Muito obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Eu me congratulo com V. Exª, que também vem aqui e coloca o dedo na ferida. Eu sei que muitos gostariam de fazer isso, mas talvez não tenham tempo hoje.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero cumprimentá-lo da mesma forma que o meu colega, Ver. Claudio Sebenelo, o cumprimentou. Infelizmente, me parece que há uma diferença muito grande entre aqueles que têm recursos limitados daqueles que têm recursos que vêm de um saco sem fundo. Quero cumprimentá-lo e dizer que concordo plenamente com o seu pronunciamento. Acho que temos que nos pronunciar aqui, dentro da legalidade, mas de forma a não comprometer aqueles que estão dentro da legalidade.

 

O SR. ADELI SELL: Corretamente! Corretamente! Porque eu conheço Secretários que são candidatos... Eu vou fazer justiça, minha Líder da Bancada, Verª Margarete Moraes, porque somos da oposição. Tem gente que foi Secretário e não está utilizando o subterfúgio de ter sido Secretário! Mas tem gente que foi Secretário e... sai da frente. Olhem nas suas Secretarias o que estão fazendo, é indescritível! Mas nós estamos atentos, e não somos só nós! Eu fui fazer uma distribuição de material em portas de estabelecimentos públicos, e não foi uma nem não foram duas, mas foram várias pessoas que vieram colocar esses problemas.

Tem outra coisa, muito se fala em CPI de ONGs. Eu, num primeiro momento, achava que havia exageros, mas hoje eu quero dizer que sou a favor de qualquer CPI, em qualquer lugar deste País, para analisar entidades ditas filantrópicas. Eu descobri ontem, aqui em Porto Alegre, uma entidade fantasma vinculada a um candidato, que liberou de uma instituição pública uma “babilônia” de dinheiro! Não perde por esperar! Não perde por esperar, porque os dados estão colocados!

Mas eu paro por aqui sobre a lambança eleitoral, porque a Cidade não pode parar; e não é essa lambança eleitoral que vai fazer esta Câmara se prostrar; não é essa sacanagem que está sendo feita nas ruas que vai fazer que a gente não discuta os problemas reais do Brasil, porque nós queremos discutir a proposta do Presidente em relação ao subsolo, o papel da Petrobras, de quem é o dinheiro, das riquezas, porque a Educação está penando e precisa de ajuda. É um debate, não temos posição completamente firmada e articulada, mas queremos discutir, meu caro Ver. Haroldo de Souza, queremos discutir!

Queremos ouvir também pessoas que são em oposição a nós, em nível federal. Nós temos que discutir os problemas do Rio Grande, as dificuldades do Rio Grande, a forma atabalhoada do Governo, porque nós somos Vereadores da Capital do Rio Grande. Mas nós queremos discutir também, e, essencialmente, os problemas de Porto Alegre.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu quero saudar V. Exª pelo seu pronunciamento e quero dizer que V. Exª está denunciando uma coisa de uma gravidade extrema. Se a pessoa se prevalece de uma entidade filantrópica em benefício próprio para colocar esse benefício em cima de uma disputa eleitoral, tem que denunciar, Vereador. Eu acho que nós temos que ter responsabilidade, como V. Exª tem e como muitos Vereadores desta Casa têm! Acho que todos os 36 Vereadores têm que ter responsabilidade e denunciar esse tipo de falcatrua. Ou nós vamos governar esta Cidade de uma forma limpa e honesta ou, então, isso vai virar uma esculhambação! Temos que estar juntos, Vereador, temos que estar juntos para acabar com as falcatruas que acontecem! Obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Contra as falcatruas e as lambanças nós estamos juntos!

Eu não poderia deixar de falar, meus caros colegas Vereadores, da situação dramática da Saúde em nossa Cidade, principalmente da falta de medicamentos. Meu caro Dr. Sebenelo, meu caro Dr. Goulart, meu caro Dr. Raul, três médicos desta Casa, a Vossas Excelências, de um modo especial: faltam medicamentos de uso continuado em todos os postos de saúde de Porto Alegre, Ver. Dr. Raul! É dramática a situação! Às vezes falta paracetamol, falta AAS, coisas que não faltavam no passado. Nós tínhamos debilidades na área da Saúde; nós vínhamos aqui dizer que tínhamos limitações! E aqui, de uma forma muito cavalheiresca, eu quero dizer ao Ver. João Dib, com quem eu tenho compartilhado preocupações sobre a Cidade, mas, quando o Ver. João Dib fala de números da Saúde, me dá a impressão de que o Vereador deixou de ser engenheiro e entra na cantilena e no papo-furado de muita gente, porque os números são reais. O nosso espelho aqui mostra, muitas vezes, o dinheiro que veio do Governo Federal. Eu vejo que falta um leite especial para uma criança que tem rejeição ao leite materno, como recebi denúncias ainda ontem; falta medicamento para a hepatite C - nunca tem Interferon; para a esclerose múltipla e para outras patologias! Então, nós temos que nos preocupar com essa questão da falta de medicamentos, principalmente, para os idosos, pessoal da terceira idade, entrevado no leito, sem condições de caminhar, tendo que ir trabalhar... Ontem atendi a uma mulher, aqui no plenário, que tem um problema que se arrasta desde 2001. Eu fiz um dossiê e mandei entregar na mesa do Dr. Eliseu. Afinal de contas, antes de qualquer coisa, de situação ou oposição, nós temos que pensar no bem comum, na vida das pessoas.

Mas, meus caros Vereadores, há um outro problema: a situação das ruas, das nossas ruelas. Eu estive em muitos lugares desta Cidade nesses últimos quatro anos, e há lugares completamente intransitáveis, como a Rua Zaire, na Lomba do Pinheiro, ou um pontilhão ali onde nasce o arroio Dilúvio, na Lomba do Pinheiro, que se foi com a água, e foram os próprios moradores daquela rua que fizeram o pontilhão, porque a Prefeitura não se dignou nem a responder ao telefonema que as pessoas fizeram – e não é diferente no Beco 170, na Rua Dolores Duran. Eu vou falar rapidamente em alguns problemas da Lomba do Pinheiro para não repetir aquilo que eu falei várias vezes aqui, e vou pedir, inclusive, o auxílio do Ervino Besson que é da Zona Sul. Não está aqui nenhum Vereador da Bancada do PTB - que dirige a Secretaria Municipal de Obras. A Estrada São Caetano, meus caros Vereadores, está intransitável! Lá há uma escolinha com 146 crianças, mas quando chove, elas não têm aula porque não conseguem chegar na escola, em Porto Alegre, porque a Estrada São Caetano está intransitável! Isso é Porto Alegre, isso é indecente!

Mas agora, do dia para a noite – diziam que pintar meio-fio era fazer feijão com arroz -, eis o que eu vejo ontem: a Av. Osvaldo Aranha está sendo pintada! O meio-fio da Osvaldo Aranha está sendo pintado, pasmem! Agora estão fazendo feijão com arroz; vão precisar mais quantos anos para botar um ovinho frito nesse arroz com feijão? Não me venham com papo-furado, a Cidade está parada, a Cidade está regredindo, não há debate sobre o futuro, quem fez o debate sobre o futuro da Cidade, Ver. Melo, foi esta Câmara, nos últimos meses. E nós vamos continuar a fazer esse debate, a levantar as questões importantes.

Finalmente, é uma pena que o Ver. Nedel não esteja aqui, ele que sempre discute as questões tributárias, mas quero dizer que estou entrando com um Projeto de Lei para transformar Porto Alegre na Capital dos call centers. Hoje é o segmento que mais emprega pessoas, e, se nós tivermos uma legislação adequada, se nós soubermos disputar com São Paulo, se nós tivermos um olhar para isso - se instalou há pouco uma empresa aqui em São Leopoldo dando 900 empregos -, nós podemos disputar esse mercado, inclusive no mundo, com Bangalore, que faz os call centers das grandes empresas multinacionais dos Estados Unidos. Em breve, senhoras e senhores, vou apresentar e, evidentemente, não quero ser o “pai da criança”, porque, para mim, o importante é que Porto Alegre vá para frente e não regrida. É por isso que eu estou aqui, é por isso que eu luto, é por isso que eu sou Vereador de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. DR. GOULART: Eu quero saudar o Presidente Sebastião Melo e aproveito para saudar também o Ver. Sebenelo, não porque rimem os nomes, mas porque é outro componente da Mesa; e o meu querido irmão Vendruscolo.

O assunto do Brasil no qual podemos interferir e que incomoda a Pátria ainda é a Saúde, porque, na Segurança, eu não sei como é que nós vamos interferir - de que jeito vamos interferir? Precisamos ainda de alguém que pense em uma maneira de interferir diretamente nessa violência em que está envolvida a droga, que é um elemento dificílimo de erradicar da sociedade, porque tem muito dinheiro envolvido, tem dinheiro demais envolvido! Há uma rede, uma network de dinheiro envolvido. Por isso a droga não termina nunca. O pessoal gosta de abusar do produto, e, por trás disso, há uma rede enorme.

Mas, na Saúde, nós podemos fazer muita coisa. Então, eu quero que os senhores reflitam sobre o seguinte dado: vejamos o movimento de Saúde, área de recursos aportados de um Município, e, por coincidência, vamos pegar o Município de Porto Alegre. Aqui a Saúde é municipalizada totalmente. A municipalização é plena, ou seja, é total a responsabilidade do Secretário da Saúde Municipal de Porto Alegre por toda a Saúde pública da Cidade. Portanto, é responsabilidade também do Prefeito; do Prefeito Fogaça, agora, nesse momento. Foi do Prefeito Verle, quando eu estava iniciando minha carreira como Vereador, e foi também de Tarso Genro. A Saúde municipalizada é obrigação do Prefeito. O que temos aqui de equipamentos que aportam recursos? O que temos aqui?

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Goulart, que muito me honra com a concessão do aparte, eu fiquei estarrecido, há poucos dias, quando fiquei sabendo de uma situação que me espantou. É a seguinte: quando alguém se sente mal, fica doente na via pública, por exemplo, e os transeuntes chamam o SAMU para socorrê-la, a ambulância só pode levar essa pessoa para um hospital público, embora a pessoa alegue que tem um plano de saúde. Então, vejam só que barbaridade! E eu quero aproveitar este seu espaço, uma vez que o senhor é médico, pois nós precisamos mudar isso por dois motivos. Primeiro: a pessoa tem direito, ela tem o seu plano de saúde, ela tem o seu médico, ela pode escolher o seu hospital. Essa é uma tese. A outra: nós precisamos desafogar os hospitais públicos. Então não tem sentido a ambulância se recusar a levar para um hospital particular, aumentando ainda mais a demanda dos hospitais públicos. Essa é uma ação, uma decisão um tanto atrasada, para não usar um outro termo. Eu fui confirmar isso com o Secretário da Saúde, e ele me disse que é verdade, é uma determinação, é assim que funciona. É assim, mas nós precisamos mudar.

 

O SR. DR. GOULART: Quer dizer que, se uma pessoa se sente mal, cai numa avenida, entra no veículo, eles são capazes de mandar a pessoa descer, porque ela está indo para um hospital privado?

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Não, pode ir para hospital público, essa é a verdadeira história. Isso é o que acontece, até porque eu fui confirmar com o Secretário da Saúde. Não é culpa do Secretário, é culpa do sistema, e nós precisamos mudar.

 

O SR. DR. GOULART: E nós estamos aí para nos reunir, estudar profundamente isso e tentar mudar, porque é um contra-senso, não é, Ver. Claudio Sebenelo? Quanto mais as outras estruturas puderem ajudar o SUS neste momento, melhor. Vai chegar um dia em que o SUS não vai precisar de ajuda, mas que dia é esse, Ver. Raul? Que dia é esse, Ver. Claudio Sebenelo? Nós não sabemos quando vai ser. Se houver alguma estrutura que, legalmente, possa ajudar o SUS, que ajude.

Eu estava dizendo que vinham recursos para a cidade de Porto Alegre, e o primeiro ponto que recebe recursos de maior monta é o GHC - o Grupo Hospitalar Conceição -, que tem um orçamento previsto, para o ano de 2008, de 618 milhões de reais. O Ver. Luiz Braz já começou a anotar, porque ele vai começar a somar tudo que eu vou dizer. E esse pólo de saúde deveria estar ligado à Prefeitura, porque ele é público, e a Saúde desta Cidade é municipalizada. Não faz mal que o órgão seja federal, ele deve obediência, neste caso, ao Município, deve obediência ao Secretário e ao Prefeito, mesmo que seja federal. É só na instância denominativa e na verba que ele é hierarquicamente superior; na gestão, não.

Vamos mais adiante. O Ministério da Saúde manda recursos para o Grupo Hospitalar Conceição, mas, para o Hospital de Clínicas, quem manda é o Ministério da Educação. E sabe quanto, em dinheiro público, ganha o Hospital de Clínicas, do SUS? Brasília, Hospital de Clínicas: 385 milhões. Some lá, Ver. Luiz Braz - 618 milhões para o Conceição, 385 milhões para o Hospital de Clínicas. Sabe quanto vem fundo a fundo, ou seja, IBGE? Cada um de nós representa um valor em torno de dez reais por ano, para cuidarmos da Saúde, vindo dinheiro fundo a fundo. Aí vem Fundo Federal de Saúde para Fundo Municipal de Saúde - 400 milhões de reais. Sabem quanto que a Prefeitura coloca nesse bolo? Quase 20% do seu Orçamento, em torno de quase 600 mil, porque o Orçamento é três bilhões. Digamos que eles coloquem, às vezes, de 20% a 23% - está para ser colocado por aí 500 milhões. A Prefeitura de Porto Alegre coloca 500 milhões do seus cofres, porque ela é diferente das outras do Brasil: aqui manda ser colocado 15% pela Constituição e é colocado mais do que 15%; é colocado 20%, 22%, 23%. Os Prefeitos têm feito isto aqui em Porto Alegre. O que é bom, mas ainda falta.

Então, somando mais 500 milhões, nós já estamos em quase dois bilhões de reais, Ver. Luiz Braz.

Existe ainda a passagem de dinheiro a programas como da AIDS, Adolescentes, Drogas... Existem. E somando todos esses pequenos programas, cujo dinheiro vem direto da Federação, de Brasília, temos em torno de 200 milhões de reais. E ainda temos o dinheiro que vem do Estado, que nós não podemos dizer para os senhores quanto é, porque não nos chega a informação nunca, a ponto de alguns Vereadores aqui dizerem que a Governadora deve 40 milhões de reais. E o ex-Prefeito diz que esses 40 milhões são do Governador do PT, do Governador do PMDB, e agora da Governadora Yeda Crusius também. Mas nós não podemos explicar para os senhores, porque não nos chegam essas informações! A gente não tem direito a essas informações! Direito temos, mas não nos dão. Quando a gente entra na Internet, é necessária uma senha. Mas a senha para acessarmos os dados é um código secreto, Ver. Valdir, que ninguém nos dá. Nós, Vereadores, ficais daqueles que nos elegeram, precisamos ter a senha para acessar os recursos do SUS, porque - o Ver. Luiz Braz me fez sinal de lá – esses já ultrapassaram dois bilhões de reais. Dois bilhões, Ver. Todeschini, já foram ultrapassados só no que eu estou dizendo, ou seja, quase um bilhão de dólares. Se eu falar em dólares, o pessoal pensa: “O dólar vale mais, não é?” Não, não, não; é a conversão: um bilhão de dólares. Então, é bastante dinheiro! Ouçam o que eu estou dizendo: não é muito; ouçam o que eu estou dizendo: não é demais; eu estou dizendo: é bastante dinheiro, ultrapassa a casa dos dois bilhões. Aí os Prefeitos dizem: “Mas eu não tenho nada a ver com o Conceição”. Eles têm, sim! Porque o Conceição é municipal, sob força de lei, Lei do SUS, Lei da Municipalização Universal do SUS! “Ah, o Hospital de Clinicas não é nosso”. Deveria ser, porque tudo isso tinha que estar englobado dentro de uma mesma gestão, de um mesmo pensamento, de uma mesma filosofia! Sabem o que acontece? A Prefeitura paga, Haroldo de Souza, para o Conceição! A Prefeitura de Porto Alegre manda dinheiro para o Hospital Conceição para pagar serviços, e o Hospital Conceição é da Prefeitura! A Prefeitura compra serviços, Ver. Braz, do Conceição!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu aproveito que V. Exª está falando do Conceição para fazer um registro de como ficou a Administração Pública em todo o nosso País. Eu tenho bastante amizade, relacionamento com a ex-Deputada Jussara Cony, mas ela nunca foi uma administradora hospitalar, e nós sabemos muito bem que existem especialidades para administrar hospitais. Ora, nós não podemos tratar hospitais de maneira política, apenas para fazer políticas partidárias. Lá está administrando o Hospital Conceição a minha querida amiga Jussara Cony, que foi uma ótima Deputada, mas que, com toda a certeza, não tem conhecimento de hospitais para poder, realmente, estar à frente de uma potência como essa que está sendo descrita por Vossa Excelência.

 

O SR. DR. GOULART: Obrigado. Então, meus queridos amigos, a Prefeitura paga, bota dinheiro ainda no Hospital Conceição, compra serviços do Hospital Conceição. É evidente que eu, médico, que trabalho na ponta, ou seja, trabalho tentando resolver os problemas dos doentes - ouçam só: tentando resolver, principalmente os das mulheres na área do câncer e no planejamento familiar -, fico perplexo quando não consigo perceber que nenhum dos Governos, desde que comecei a ser Vereador, há oito anos, consegue intermediar absolutamente o recurso com a gestão. É bastante recurso, e, quanto à gestão, precisamos adequá-la.

Qual é a mensagem final – senão eu estaria faltando com a verdade? Pela primeira vez, nesses últimos dez anos, um Secretário sai de dentro da Secretaria e começa a visitar os postos de saúde, que é o Eliseu Santos - e isso eu tenho que dizer aqui. Só que eu quero saber depois o que a gente avançou com essas visitas, o que se conseguiu avançar dentro da gestão. Mas que ele está fazendo as visitas que os outros Secretários não faziam, isso ele está. Espero que com isso ocorra algum efeito prático.

Para Porto Alegre aportam dois bilhões de reais - um bilhão de dólares -, em uma cidade que tem duas Saúdes: uma que corre paralelamente, privada e com planos de saúde, com todos os exames, com os quartos, com tudo o que pode, e outra que é a Saúde do povo, pela qual lutamos, que também tem dinheiro, mas que não tem os mesmos direitos e não tem os mesmos hospitais, as mesmas máquinas, as mesmas cirurgias.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, eu estava atentamente aqui ouvindo o nobre discurso do Ver. Goulart, que falava muito sobre a questão de Saúde. Eu estava lembrando que há determinados governos que ficam na história; alguns por boas obras, outros por coisas muito malfeitas, para não dizer o contrário. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, ficou na história da população brasileira, porque implementou o fator previdenciário. As aposentadorias cada vez menores, e a população tenta descobrir quem foi o autor dessa façanha. Além de o trabalhador ganhar pouco, depois de uma certa idade, quando se aposenta, agora está vendo reduzido seu benefício cada vez mais, e ninguém sabe quem é “o pai da criança”; foi o Governo Fernando Henrique Cardoso.

O Governo Fogaça, por intermédio do nobre Secretário Eliseu Santos, vai ficar na história de Porto Alegre, pelo Programa de Saúde da Família, isso porque o Ministério Público Estadual e a Procuradoria do Município exigiram que um termo de ajuste de conduta tivesse inclusive um prazo, para poder encaminhar para esta Casa o Projeto de Lei. Pois mandaram um Projeto completamente inconstitucional e discriminatório, que determina, por exemplo, Dr. Raul, que o cidadão só pode fazer concurso até 45 anos de idade. É uma verdadeira aberração! Há pessoas, cidadãos que ficam na história, pelas suas ações, pelas suas atitudes, pela falta de coerência, pois, quando estão na frente da telinha ou vão falar com o cidadão, dizem que vão fazer determinadas coisas e não as fazem. Isso não é coerência! Ter coerência é ter a coragem, de fato, de fazer a transformação que a sociedade hoje precisa e dizer a ela se é verdade. Nós precisamos, por exemplo, no mínimo, triplicar o Programa de Saúde da Família, no mínimo triplicá-lo, porque Belo Horizonte, Ver. Sebenelo - V. Exª que defende muito a comparação com Belo Horizonte -, tem 400 equipes no PSF, e Porto Alegre tem 87, para 1 milhão e 400 mil pessoas. Mas é evidente que não temos uma Saúde preventiva adequada ao número da população, Ver. Dr. Goulart. E é por isso que estamos aqui lutando e fazendo com que os governos, independente de que Partido forem, assumam a sua parte, assumam a responsabilidade, por exemplo, de poder cumprir a Emenda Constitucional nº 51, ou seja, que os agentes comunitários, a partir da Emenda Constitucional nº 51, sejam absorvidos, automaticamente, pelo Poder Público, e não possam ser demitidos, porque passam a ter estabilidade. Não, o Governo Municipal contratou a Sollus, uma empresa paulista, e passou a fazer com que ela, uma OSCIP, administre os PSFs, inclusive os agentes comunitários. Está tudo errado! E aí nós falávamos aqui, na Sessão anterior, que as contas, um dia, serão avaliadas por este Legislativo, pelo Tribunal de Contas... E essas licitações claramente fraudulentas, com dados concretos... O que vai acontecer? Como o Tribunal de Contas vai se comportar, Ver. Adeli, Ver. Todeschini, que aqui denunciou muitos casos também do DMAE, do DMLU? Nós temos que ter a coragem de falar a verdade, de dizer à população que nós estamos aqui como Vereadores e que queremos assumir a Cidade com coerência, dignidade e implantando, inclusive, o Portal Transparência! Por que não? O Programa Transparência Brasil, que o Governo Lula implantou, mostra as despesas de cada Ministério. O Governo do Estado está trabalhando com isso, que bom que se vá fazer isso! E o Município, como é que está? A Câmara fez. E o Município onde é que fica? Nem nós, que somos os Vereadores desta Cidade, temos acesso a todas as despesas efetuadas pelo Executivo e às informações relativas à forma como são feitas. Por exemplo, e as licitações? Então, nesse sentido, há muita coisa errada, Ver. Dr. Raul. Nós precisamos fazer o nosso papel como Vereadores, fiscalizar o Poder Público, fiscalizar o Executivo, porque há uma enorme incoerência em algumas atitudes que estão sendo tomadas, nobre Ver. Luiz Braz.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido amigo, Ver. Aldacir Oliboni, todos os Partidos políticos, na verdade, quando chegam às Administrações, cometem falhas. Por exemplo, o Clube da Cidadania. Quando o Partido de V. Exª chegou ao poder, o dinheiro que veio, por exemplo, dos “mensalões”, e que, depois, os dirigentes do Partido de V. Exª tiveram que pagar apenas cinco cestas básicas, quando receberam mais de 1 milhão de reais... Então, todas essas falhas nós temos que corrigir dentro da sociedade, temos que ajudar a fazer com que ela possa se corrigir. Todos nós temos que ver os erros que estão sendo cometidos ao nosso redor para que nós possamos ajudar nessa correção.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Com certeza, Ver. Luiz Braz, para concluir, eu diria o seguinte: cada um com seus problemas. Espero que a sua Governadora, Yeda Crusius, faça “o dever de casa” com o caso Detran; essas pessoas devem ser afastadas como todos aqueles que são considerados as “maçãs podres” ou o “joio no meio do trigo”. É isso aí, nós não admitimos falcatrua e nem incoerência. Viva a democracia para quem merece estar no poder! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Oliboni.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Sebenelo, na presidência dos trabalhos; nossa Líder, Verª Margarete Moraes; Vereadores e Vereadoras presentes e aqueles que nos assistem pelo Canal 16, nossa calorosa saudação, nosso abraço a todos. O Ver. Adeli aqui levantou o caso de assédio moral sobre funcionários por parte da Administração, por parte de dirigentes da Prefeitura. E isso, Oliboni, infelizmente, está generalizado, nunca se viu tanta pressão, humilhação, práticas ilegais, inaceitáveis. Talvez o Prefeito não saiba de um grande número delas. Esses dias, em um caso, fui obrigado a tratar diretamente com o Prefeito, e ele disse que não sabia do caso, e prometeu, pelo menos, tomar medidas reparadoras em relação ao funcionário.

Quero levantar, aqui, também, que as questões da segurança pública, as questões da nossa juventude estão ainda a ser tratadas pelo Executivo Municipal. Nós aprovamos, depois de três anos, a Lei das Áreas Integradas de Segurança – AIS – em que a direção, o foco principal é a inclusão da juventude nas práticas sadias, de modo que se possa, dessa forma, reduzir a criminalidade e o aliciamento dos jovens pela criminalidade. No entanto, até o momento, não se viu nenhuma atitude. Esperamos que o Executivo tenha atitude, porque a nossa juventude está à mercê, desprotegida. Então, nós precisamos de ações que tratem da inclusão dos jovens nas práticas sadias, no esporte, lazer, cultura, formação profissional, escola de tempo integral, e todas as outras práticas que possam afastá-los da criminalidade.

Também tenho presenciado as mesmas questões apresentadas, aqui, pelo Ver. Aldacir Oliboni, em relação às questões da crise, da precariedade da Saúde. É verdade que no Governo da Frente Popular, no nosso Governo, tínhamos muitas falhas, mas é inaceitável que continuemos a ter todos esses problemas que estamos tendo, em que as consultas com médicos especialistas são agendadas para dois, três anos, e muitas pessoas não vivem até a data da consulta ou do tratamento necessário.

Portanto, a situação é grave, ainda mais quando sabemos, Verª Margarete, que o Governo Federal, a União, tem programas capazes de suprir as necessidades, capazes de aportar recursos, especialmente, na questão da ampliação das redes dos PSFs, das Unidades Básicas de Saúde, Dr. Raul. E o Governo Municipal, o Executivo, não tem se interessado em buscar recursos, organizar projetos, trazer esse dinheiro para Porto Alegre. Não vai ser o Lula que vem aqui esparramar dinheiro, jogar dinheiro de avião. É necessário termos projetos, organização, trabalho e dados para que esses recursos sejam trazidos a Porto Alegre.

Portanto, aquilo que não estava bom, piorou e muito, e nós precisamos reverter esse quadro para que ele caminhe numa direção de competência, de proteção à nossa população, fazendo com que a Saúde, que certamente é a maior necessidade de nosso povo, tenha um tratamento digno e diferenciado do que está tendo hoje.

Eu quero saudar também a criação do Piso Nacional do Magistério (Mostra o jornal.), criado pelo Presidente Lula que, para além do ProUni que dobra o número de vagas públicas em escolas de nível superior, dobrou o número de escolas técnicas no País, criou programas para inclusão digital nas escolas, como os laboratórios de informática, o material escolar pelo AFNDE, como nunca antes teve, e agora dá o maior passo da história para o resgate da dignidade dos professores, que são os profissionais que têm o dever de cuidar das nossas crianças e dos nossos jovens, fazendo o papel de pai, de mãe, de psicólogo, de assistente social, e muitas vezes até de babá para as crianças e jovens da periferia.

Este País só terá futuro se nós investirmos pesadamente na Educação. E, portanto, é prática comum de todos os políticos dizerem que Educação é prioridade. Agora, na hora de traduzirem em atitudes concretas, me parece que poucos estão fazendo o que o Presidente Lula está fazendo.

Lamentamos as atitudes da nossa Governadora, que antes de qualquer coisa tenta impugnar a conquista dos nossos professores, porque isso vai lhes dar dignidade e decência para que possam ter cabeça para cuidar adequadamente dos nossos jovens, da sua formação e do futuro do nosso País, que é a Educação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, eu queria continuar a frase do Ver. Todeschini que termina dizendo que só o investimento em Educação é a panacéia de todos os males, com toda a razão. É o remédio infalível, não tenham dúvida. Mas temos também de dizer que hoje, no País, 17 milhões de crianças não têm acesso à creche pública. E agora não dá mais para dizer que foi no Governo anterior; 82% das crianças brasileiras não conseguem ser alfabetizadas no amplo sentido do verbete alfabetização. O que queremos dizer com isso? Os chamados analfabetos funcionais, isto é, sabem até escrever a “sopa de letrinhas”, sabem até escrever números, mas não sabem raciocinar em termos das proposições que uma oração gramatical pode fazer, isto é, apenas assinam o nome, nada mais. Quando uma criança entra para este mundo dos que habitam a terra, ela vai aos poucos formando o seu corpo que vai crescendo, com exceção do seu sistema nervoso e da sua personalidade, que aos 6 anos de idade, estão totalmente completos.

Na cidade de Porto Alegre temos superlotação nas creches, são cento e tantas creches e precisamos de quinhentas e tantas; assim como o Programa de Saúde da Família, que são 85 programas, mas nós estamos precisando de 400 ou 500 nesta Cidade. É isso que queremos registrar, e, de uma vez por todas, o Governo Federal, capital por capital deste País, precisa fazer creche, precisa fazer salas de aula, precisa fazer posto de saúde da família, precisa fazer leito hospitalar para que, pelo menos, atenda a uma demanda. Pois, esta Saúde de Porto Alegre forma profissionais multidisciplinarmente, de um lado; e de outro, há uma demanda imensa de pacientes, e, no meio, um muro intransponível da incompetência, da falta de gestão e da falta de financiamento. Há um grande contingenciamento das verbas na área da Saúde. Pois, enquanto não houver creches suficientes, vamos estar fabricando, em proporções industriais, os próximos marginais que têm como destino a morte, as prisões ou matar, com uma bala perdida, um filho da gente. Se não fizermos postos de saúde agora, continuaremos a superlotar os nossos hospitais e as nossas emergências e estaremos decretando o caos da Saúde, como foi decretado por falta de contingenciamento de verbas, por falta de gestão, de previsão e de um plano estratégico, de um planejamento para a Cidade que não foi executado, que não foi cumprido até hoje. Um dia, algum Governo vai ter que ter a bondade de fazer a bonomia, de fazer com que seja completo este sistema, este planejamento. Aí, então, a população não ficará sem postos de saúde, sem creche, sem leitos hospitalares, sem salas de aula.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Prezado Ver. Claudio Sebenelo, Vice-Presidente, presidindo os trabalhos neste momento; quero dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que eu ouvi com muita atenção os discursos de ontem, e que muitos Vereadores da situação ao invés de difundirem os supostos bons programas e bons projetos do Governo Municipal ou do Governo Estadual, do Governo Yeda Crusius, preferem desmerecer o Partido dos Trabalhadores, o nosso Partido e os Governos do PT.

Quero dizer que nós temos muito orgulho de sermos do Partido dos Trabalhadores. Eu, na condição de fundadora, digo que nós temos uma história muito bonita, contribuímos com a história da política no Brasil; lutamos, com toda a força, contra a ditadura, quando muitos daqui eram a favor da ditadura, ou, no mínimo, calavam-se; lutamos pela anistia, pela redemocratização, pela volta dos presos, dos exilados, e, hoje, o Partido dos Trabalhadores é o maior Partido de esquerda da América Latina e merece respeito.     

Essas pessoas que ficam falando mal do Governo Lula tergiversam, desviam a questão maior de Porto Alegre, que é a questão do Estado do Rio Grande do Sul. Basta olhar para o lado para vemos, em Porto Alegre, um Governo pálido, sem gosto, sem vontade, sem energia, que tem, como conseqüência, uma Cidade suja, esburacada, escura. Nós temos o escândalo do lixo, o escândalo da Secretaria da Juventude, em Porto Alegre, e as calçadas, Ver. Adeli, as calçadas estão intransitáveis. Como ficam os portadores de deficiências, como ficam os idosos que são estimulados para a caminhada? É impossível caminhar nas calçadas de Porto Alegre. Não somos nós que dizemos; o Governo Fogaça disse que iria corrigir o que estava errado e manter o que estava bom, e a pesquisa do IBOPE afirma que 78% das pessoas dizem que a Saúde piorou, e que, depois da Segurança, esse é o maior problema na nossa Cidade; esse é um problema local, de Porto Alegre.

Queremos repetir que a Governadora Yeda Crusius deve 40 milhões para a Saúde de Porto Alegre. Isso é verdade, o Prefeito Fogaça confirmou, no debate da Band, que é verdade que o Governo do Estado deve, e é a Governadora quem responde pelo Governo do Estado, portanto, a Governadora Yeda Crusius deve. Essa é uma verdade que será repetida exaustivamente pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Apesar de todo o escândalo do Detran, a Governadora se caracteriza por uma inabilidade, uma inabilidade política atroz. Então, no mesmo momento em que ela aumentou o seu salário em 150% - que nós consideramos justo, válido, uma governadora tem que ganhar com dignidade -, ela foi a Brasília questionar o piso salarial do Magistério. Ela comete um crime com a Educação, contra o seu programa de Governo, mas, mais do que isso, um crime contra o Magistério. Porque mais do que um palpite infeliz é uma postura infeliz! Ela contraria o próprio programa de Governo. Seria um salário mínimo – e vai ser – profissional. Mas o que mais irrita os atuais governantes contrários é que um terço do tempo será dedicado ao estudo, às atividades extra-escolares. Os professores precisam estudar, precisam se aperfeiçoar, precisam escrever o que vão apresentar na sala de aula, precisam corrigir os trabalhos dos alunos, precisam fazer o seu programa pedagógico.

Sobre a Saúde em Porto Alegre, basta ouvir o rádio pela manhã. Eu ouço sempre, e nesta semana tem uma propaganda institucional do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Simers, denunciando a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado pela morte de uma criança. Eu acho isso de mau gosto, eu jamais usaria a morte de uma criança como ineficácia de uma política cultural. Mas quem está dizendo isso todos os dias nos nossos ouvidos é o Simers.

Então, os males da Saúde não podem ser creditados ao Governo Lula, a Brasília. A população não pode se enganar, pois se a Saúde deixa a desejar em Porto Alegre é devido à inoperância e à incompetência da gestão local e da gestão do Estado, que não dá nem remédios para as pessoas que necessitam diariamente, para viver. Essas pessoas se sentem humilhadas. Vão à farmácia do Estado e não encontram sequer o remédio, pois é uma obrigação moral do Estado ter aquele remédio à disposição. São pessoas cadastradas, legalizadas, que têm atestado médico, que já estão com o nome lá e não encontram esse remédio.

Esses que falam mal do Governo Lula querem que os mais pobres permaneçam na miséria. Segundo o IPEA, os 10% mais pobres do Brasil tiveram aumentados em três vezes os seus salários, e os mais ricos em 5%. Isso significa que a desigualdade social caiu em 7% nesse período. É pouco, mas é o início de uma mudança de uma meta de redistribuição de renda no nosso País. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Sebenelo, Presidente; agradeço à Verª Margarete, nossa Líder, pela cedência do tempo de oposição. Sendo uma fala da Liderança de Oposição, só posso falar de Porto Alegre. Ah, Porto Alegre! Nilo Ruschel dizia: “cidade sorriso”. Mas eu vejo, em muitas comunidades, o povo cabisbaixo, sem sorriso. Agora está tendo um incêndio ali na Av. A.J. Renner, ali na Arco-Íris, porque não há cuidados, as pessoas não recebem a luz que têm que ter. Colocam as pessoas em condições indignas, não estão fazendo o “dever de casa” no Programa Integrado da Entrada da Cidade. Vou me deslocar em seguida para lá, porque acho que o Vereador não só fala na tribuna, mas tem que estar presente na comunidade, e é o que farei, porque a comunidade de lá está abandonada, como estão abandonadas várias outras comunidades. Ver. Brasinha, Ver. Dr. Goulart, não é verdadeiro que fizeram tantas casas em Porto Alegre; se fez muita lambança, inventaram que casa de passagem é habitação popular... Qualquer dia casinha de cachorro vai ser habitação popular também. Eu quero dizer: A Caixa Econômica Federal está fazendo a sua parte pelo Governo Federal, tem nome e endereço, mas o DEMHAB recentemente fez uma programação em que as pessoas vão lá e se inscrevem para adquirir o sonho da casa própria... Sonho? Não, ilusão, engambelação. Eu pensava em ficar mais tranqüilo sobre o tema, eu pensava que as pessoas iriam ver que a casa não viria e que o gestores públicos iam parar de mentir, mas quando eu vejo plaquetas – porque outdoor não pode -, folhetos mentirosos falando de casas, de casinhas, de beleza... Não, não é assim. E também não adianta jogar as pessoas no campo do Cristal, lá no Campo Novo. O Ver. Carlos Todeschini mora lá na região e sabe, o Ver. Ervino Besson, o Ver. Nilo Santos também moram na região. Todos vocês vêem. Não só eu vejo, e eu moro no Centro; vocês têm uma visão mais próxima e sabem que eu estou falando a verdade aqui, a pura verdade. Estão colocando as pessoas no Campo Novo, mas não aumentam o trajeto da linha de ônibus. Lotação, então, nem se fala. Os ônibus vão lotados, os ônibus estão atrasados, não tem fiscalização da EPTC. E esta diz que está tudo uma “Brastemp”, uma maravilha. Diziam isso também lá do Rubem Berta: “Os ônibus estão bem”. Eu fiz um folheto, porque o mandato de Vereador me dá o direito de colocar no papel e ter resposta do nosso Pedido de Providência. Por sinal, quando vem a resposta da EPTC, do nosso Pedido de Providência, é sempre a mesma coisa, diz mais ou menos o seguinte: “Tudo está uma maravilha. Fizemos a pesquisa, ninguém reclamou. Tudo está bem, o senhor que é um chato”. E o povo que se lasque. É mais ou menos assim o que está escrito, porque eu sei ler o que está por trás das palavras. É isso que eles dizem, sempre a mesma coisa.

Eu gostaria que a base do Governo falasse, porque a base do Governo está calada. Sabe onde está apertando o calo no sapato. É isso o que nós estamos ouvindo nas ruas, é isso o que eu, há tempo, venho alertando ao Governo Municipal, mas quando falamos que falta remédio, que faltam medicamentos, que não tem medicamento de uso continuado... Se falta paracetamol, imaginem se vão ter algum remédio de uso continuado para as senhoras e os senhores idosos, com os seus reumatismos, suas osteoporoses, entrevados em cima de uma cama! E a Prefeitura dizendo que gastou não sei quanto no posto, para reformar o posto do Santa Tereza! Estão brincando? Uma pequena aba feita pelo Sr. Garipô Selistre... Vamos nos respeitar, gente! O povo não é burro. Eu vou lá de manhã cedo, falo com a população. Então, fizeram uma abinha lá no postão, para o povo não ficar no sereno. Bom, as obras, por sinal, nesses postinhos de saúde... Onde está o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul? Isso eu gostaria de saber. Onde está o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul? Afinal de contas, perguntar não ofende. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, há muito tempo, o Partido dos Trabalhadores - eu não estou falando em nome do Partido dos Trabalhadores, o que nem posso, estou falando em nome do PSDB - apenas faz cobranças e acusa. Só que, quando ele assume o poder, todas as vezes que ele assumiu o poder deu péssimos exemplos de como administrar a coisa pública. Ou alguém se esqueceu da administração do Sr.Olívio Dutra, aqui, à frente do nosso Rio Grande do Sul, do tal de Clube da Cidadania, que foi, realmente, alguma coisa muito lesiva aos interesses da nossa sociedade? Ou dos 16 anos do PT, aqui, à frente da nossa Porto Alegre? Porto Alegre empobreceu, nesses 16 anos, enquanto que outras Capitais, como Curitiba e Florianópolis, floresceram, se destacaram, mas Porto Alegre não cresceu diante das outras Capitais do Brasil. E, agora, vem uma pesquisa, Ver. Dr. Raul, que diz que a classe média brasileira aumentou, que a pobreza diminuiu e que os ricos, agora, também estão aumentando em número. E aí eu fui, realmente, fazer uma verificação, Ver. Claudio Sebenelo - e tenho certeza de que V. Exª também vai até as vilas, como o Ver. Dr. Raul, com quem já tive o prazer de estar visitando comunidades, nas vilas mais pobres da nossa região -, fui ver se, nas nossas vilas, realmente nós tivemos uma diminuição da pobreza. Eu gostaria que alguém pudesse me afirmar o que aquela pesquisa disse, que a pobreza diminuiu, nas vilas. Onde está a diminuição dessa pobreza! Ou confirmar a pesquisa que diz que a classe média, agora, é maior e está melhor. Ora, meu Deus do céu! Há muito tempo que a classe média vem sendo comprimida nos seus interesses, sem poder, realmente, progredir. E o que está restando, Ver. Claudio Sebenelo, é uma classe muito rica, comandada pelos banqueiros, que continuam fazendo o que bem entendem no País. E, para calar a boca do nosso Presidente, o que fizeram? Enriqueceram o filho do Presidente. E eu quero, Ver. Haroldo de Souza, que V. Exª, ou qualquer pessoa desta Nação, possa explicar como uma pessoa sem nenhuma formação, que não é de berço rico, pode, num prazo muito curto, comprar uma fazenda de 40 milhões de reais. E onde está a Polícia Federal, ou onde estão os órgãos de investigação deste nosso País, que não foram ver de onde saiu esse dinheiro? Como é que alguém ficou tão rico assim de uma hora para outra? Ou será que as pessoas se aprazem, Ver. Claudio Sebenelo, em, talvez, fazer a investigação para ver se a casa comprada pela Governadora Yeda Crusius tem 50 mil a mais ou 50 mil a menos, e de onde saíram os 50 mil? Mas e os 40 milhões de reais que o filho do Lula usou para comprar uma fazenda depois de pouco tempo que o seu pai se tornou Presidente da República, de onde saiu esse dinheiro? Ninguém discute, ninguém fala. E todo mundo passa aqui como se, na verdade, isso não existisse, ninguém discute isso. Mas, para mim, isso é aquele “cala a boca” que se dá: “Olhem, vocês não mexam aqui com o Judiciário.” Porque o STJ faz festa para os banqueiros, patrocinadas pelos banqueiros, e permite que o crime de usura possa ser praticado pelos banqueiros deste País. Ora, essa é a maior vergonha do mundo! Qual é o órgão de imprensa - e V. Exª, Ver. Haroldo de Souza, que, assim como eu, é jornalista -, qual é o órgão de imprensa que noticia que, com o patrocínio do STJ, que foi patrocinado pelos banqueiros, há festa, lá no Norte? Agora, o crime de usura pode ser praticado contra a nossa população, impedindo que quem deva para os bancos possa pagar as suas contas. Então, somos escravos dos banqueiros eternamente. E tudo, na verdade, escondido por um marketing criminoso que é ditado pelo Sr. Lula da Silva. E fica tudo assim. O que o Lula manda a população parece que obedece, com medo não sei do quê, ou enganada não sei como. Mas, pelo amor de Deus, abram os olhos! A Nação está sendo dilapidada, a Nação está sendo roubada, a população brasileira está sendo roubada pelos banqueiros! Nunca essa vergonha aconteceu em tamanho volume, como está acontecendo agora! O crime de usura, pela primeira vez, pode ser praticado contra aqueles que têm contas com os bancos. Todos os contratos com os banqueiros podem, na verdade, ser cobrados naquele tal de juro composto, vergonhoso, Ver. Beto Moesch! Vossa Excelência, que é advogado, sabe muito bem disso, está lá no Código de Defesa do Consumidor que isso seria crime de usura. Mas, através dos nossos tribunais, esse crime de usura está sendo praticado. O Presidente da República fica calado, enquanto seu filho está enriquecendo, com uma fazenda de 40 milhões de reais! Calado o PT, calados todos os Partidos de esquerda, porque, afinal de contas, também eles estão enriquecendo, porque estão sendo indenizados pelos fatos que ocorreram em 1964. A Verª Margarete Moraes vem aqui e diz que lutaram contra a ditadura, mas estão sendo pagos com o dinheiro brasileiro, estão enriquecendo com o dinheiro da sociedade, com a fome do povo brasileiro! Altas indenizações! E aquele que foi Deputado do PT, lá de São Paulo, e que era para ser Presidente da Câmara dos Deputados, o Greenhalgh, ganhou mais de 2 bilhões de reais - não são 2 milhões, não; são 2 bilhões! -, agenciando essas aposentadorias através daqueles processos do pessoal que diz que lutou em 1964! Então, formou-se uma nova classe, Ver. Haroldo de Souza, de ricos no País, de milionários no País, pagos com a fome dessas pessoas que estão nas vilas. E o que é que o Lula dá em troca? Apenas a notícia de que a classe média está crescendo - mas eu não vejo onde; e que a classe pobre está diminuindo - também não vejo onde. Entrem nas vilas, vejam se a classe pobre está diminuindo! A classe rica, sim, está ficando cada vez mais rica, sob o patrocínio desta corja, comandada pelo Sr. Lula da Silva.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou trazer um assunto um pouco mais técnico para distensionar o debate eminentemente político. Quero parabenizar o Ver. Luiz Braz por ter trazido aqui dados e informações importantíssimos, que, talvez, a sociedade, os telespectadores do Canal 16 não tivessem - eu mesmo sabia de forma mais genérica -, e o Ver. Braz detalhou esse assunto, portanto quero parabenizá-lo.

Neste momento trago um debate na questão mais técnica, Ver. Dr. Goulart, que acabou de pautar aqui o assunto Saúde pública. Eu insisto há muitos anos que não há saúde pública - e bota não haver nisso! -, queridos colegas médicos, Dr. Raul e Claudio Sebenelo, sem o cuidado com o meio ambiente. É estarrecedor, e a comunidade médica e científica está cada vez mais preocupada com os estudos que estão sendo feitos com relação aos malefícios da poluição atmosférica à saúde pública e, principalmente, ao sistema respiratório e pulmonar. Já tínhamos elementos de muito tempo com relação à poluição hídrica para a saúde pública, mas o que está estarrecendo a comunidade médica e científica se dá agora com relação à poluição atmosférica, que, não só, como já está comprovado, causa o aumento da temperatura e compromete o clima, como afeta diretamente, e não apenas indiretamente, a saúde pública. E por que eu coloco isso? O que tem isso a ver com Porto Alegre? Porto Alegre é uma cidade que há décadas apresenta sério e grave problema atmosférico, principalmente na Zona Central, em virtude de ônibus, caminhões e automóveis. Setenta por cento - e com certeza até mais, Ver. Brasinha, 75%, podemos chegar a 80% - da poluição atmosférica em Porto Alegre se dá por veículos automotores e não por fontes fixas, que são indústrias, hospitais, ou seja, aqueles que se utilizam da queima de alguma fonte para aquecimento e para gerar motores. Setenta por cento a 80% da poluição atmosférica de Porto Alegre e das cidades brasileiras metropolitanas decorrem da poluição veicular.

Finalmente, hoje de manhã, com muita insistência, Ver. Haroldo de Souza, incrivelmente, a EPTC aceitou o controle da poluição atmosférica não apenas como era feito antes, nas garagens de ônibus, lotações e veículos escolares, mas nas avenidas e ruas, junto com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que comprou quatro opacímetros - que é o equipamento mais moderno e mais eficaz do mundo, custando 24 mil reais cada um. A SMAM repassou três deles para a EPTC, ficando com dois – já tinha um – para fazer o seu monitoramento também em garagens, principalmente com relação a veículos de transporte. Isso aconteceu, finalmente, hoje pela manhã. Nós não conseguimos entender por que a insistência da Direção da EPTC, e não dos seus técnicos, dos seus servidores, em não querer, em evitar cumprir o que está previsto no Código Nacional de Trânsito, que vem a ser o controle da poluição atmosférica veicular, que compete ao órgão de trânsito, e não ao órgão ambiental. O órgão ambiental não pode se omitir, mas, pelo Código Nacional de Trânsito, a poluição sonora e a poluição atmosférica dos veículos são de responsabilidade do órgão de trânsito que, em Porto Alegre, há muitos e muitos anos foi municipalizado. Antes tarde do que nunca. E o Código Municipal do Meio Ambiente foi o nosso grande parceiro. Nós precisamos exigir que o Poder Executivo apresente esse Projeto de Lei Complementar para a Casa, em que foram realizados sete seminários – Ver. Sebenelo – que trazem justamente uma legislação moderníssima de controle à poluição atmosférica. E acrescentaria aqui, além do controle da chamada fumaça preta, que é estarrecedora para a Saúde pública, comprovadamente. Não há Saúde pública com poluição atmosférica!

Quero também colocar aqui sobre o biomonitoramento - junto com a UFRGS e com a Fundação Zoobotânica -, que é o controle da poluição atmosférica por plantas - inédito no País -, e também que está ocorrendo a diminuição da poluição atmosférica das fontes fixas porque estamos conseguindo, em Porto Alegre, trocar o óleo diesel e a lenha pelo gás natural.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, é com satisfação que eu me solidarizo com essa medida da EPTC - eu sei que isso tem muito do seu esforço, enquanto Secretário, na fiscalização. Nós temos problemas gravíssimos de fiscalização em todo este País, e, com certeza, essa poluição ambiental tem que ser combatida do ponto de vista médico e ambiental. E essa fiscalização e essa compra de opacímetros vão auxiliar, e muito, para que Porto Alegre consiga, pelo menos, manter em níveis satisfatórios a sua poluição ambiental.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Dr. Raul.

Concluindo, Ver. Sebenelo, que preside os trabalhos - e que é também sensível e sempre atuou nessa esfera de prevenção e promoção à Saúde, compressível a esse tema, até por ser médico, sensível, e, portanto, humano que é, sabedor disso -, temos, hoje, os equipamentos necessários, que são os opacímetros. Que não venha o órgão de trânsito dizer que não tem estrutura para isso! Se não estiver estrutura, então, delegue competência para o Estado ou para a União!

Para finalizar, falta ainda - e deve ser uma demanda da Comissão de Saúde e Meio Ambiente - a inspeção veicular, ao menos no que diz respeito à poluição, porque isso está ceifando a qualidade e a vida dos porto-alegrenses! Essa poluição atmosférica tem que diminuir drasticamente.

Parabéns, portanto, à retomada da Operação Ar Puro, com muito mais dimensão, feita hoje pela SMAM - a Secretaria Municipal do Meio Ambiente - e pela EPTC. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Beto Moesch.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fico pensando, Ver. Claudio Sebenelo, a respeito do Projeto do Estaleiro Só. Eu fico pensando em como achamos bonitos os prédios maravilhosos que existem nas outras cidades - Florianópolis, Balneário Camboriú, Itapema... Nós temos esse lago que é uma maravilha, o Guaíba, e tem gente que não quer que seja construído algo ali no Estaleiro Só, que está literalmente abandonado. Eu acho que esse empreendimento vai proporcionar crescimento à zona, vai ter, certamente, uma arrecadação fantástica no IPTU; e, mais ainda: quantos empregos pode gerar esse empreendimento? E nós, que queremos acabar com o desemprego, o que é quase impossível, não podemos dificultar um projeto dessa grandeza! A gente vai lá para o Rio de Janeiro e acha maravilhoso, aquilo é fantástico, aqueles prédios, os morros; só aqui em Porto Alegre é que não pode. Aqui nada pode. Por quê? A gente acha bonito nos outros lugares. Qualquer cidade do nosso Interior tem mais turismo do que Porto Alegre. Vai para Bento Gonçalves, vai para Caxias, para as cidades aqui da serra, que são bonitas, maravilhosas! Nós, aqui, temos que atrair gente do outro lado do mundo para virem olhar as coisas maravilhosas que existem em Porto Alegre. Eu quero dizer que eu não pude estar naquela Audiência Pública, Ver. Haroldo de Souza, mas eu sou favorável ao Projeto. Tenho certeza absoluta de que os Vereadores vão ajudar a aprovar o Projeto do Estaleiro Só, porque é um Projeto bom para todos, é bom para a Cidade, é bom para a economia de Porto Alegre. Eu nunca vi... querem dificultar para o pequeno empresário, para o médio empresário. Ser pequeno empresário é quase impossível, Ver. Haroldo de Souza. Viver, lá, do outro lado, tentando sobreviver, manter a sua família, manter os seus impostos, é quase impossível. A pequena e a média empresa têm durabilidade de um ano, dois anos, no máximo três; e aqueles pequenos empresários que conseguiram passar dos três, dos cinco anos, chegaram aos 20 anos, esses foram os heróis, porque eles deram emprego e colaboraram com a economia de Porto Alegre.

Agora, quero falar um pouquinho do belíssimo trabalho que ontem a Brigada Militar realizou para o espetáculo do Gre-Nal. A Brigada Militar teve o cuidado de escoltar a torcida do Grêmio por um caminho apropriado até chegar ao Beira Rio, Ver. Haroldo de Souza; sem problema nenhum! Temos que ressaltar isso e agradecer à Brigada Militar o excelente trabalho que fez; agradecemos à EPTC, que também participou desse trabalho. Registro que temos um representante da ETPC na platéia, e que também estava lá, ontem, trabalhando.

E mais ainda: no domingo, nós teremos um grande jogo contra o São Paulo. Será o jogo da confirmação da liderança do Grêmio que, certamente, ali, vai demonstrar quem será o campeão brasileiro, Ver. Haroldo de Souza, e quem vai prosseguir, quem sabe, na Libertadores da América. Tenho certeza absoluta de que a torcida vem fazendo um trabalho bonito, Ver. Dr. Goulart.

A gente anda muito, Ver. Claudio Sebenelo, e eu olho para frente e não consigo entender o que está acontecendo com os irmãos (colorados). É só pelo retrovisor que conseguimos enxergá-los. Obrigado, Srs. Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadores e Vereadoras que aqui se encontram; vim, hoje, à tribuna, mais para poder dar seqüência ou tentar dar seqüência àquilo que estava falando aqui o Vereador, meu querido amigo, Luiz Braz, a respeito dos banqueiros. Do jeito que V. Exª falou aqui, em termos que eu não conheço, eu acho que estou ralado. Esse negócio de juros que está vindo aí, não sei... De um jeito ou de outro... Já não há roubo suficiente? Quer dizer que agora tem mais um disparo, mais uma artimanha para levar o troco?

Eu queria falar também a respeito de Saúde, de Educação, de tudo, assim, em geral. Há quantos anos os parlamentares sobrem às tribunas dos plenários deste País - quer municipais, estaduais, federais, ou Congresso Nacional... Os grandes Senadores da República? Tem Senador vitalício aí! Tem Senador que não abre a guarda de jeito nenhum. É Senador eterno! Aqueles que chegam também ficam. E quando você vê o trabalho do cidadão, do cidadão que rende realmente alguma coisa, vai ficando. Mas aqueles que não rendem e vão ficando? Aí vem aquele problema, que foi pautado neste Plenário hoje: mesmo não tendo onde gastar, a disparidade que existe em campanhas políticas! Porto Alegre está escancarando três ou quatro candidatos, entre os 499 que pleiteiam 36 cadeiras nesta Casa, de uma maneira agressiva, arrogante e prepotente. De onde está saindo toda essa imensidão de dinheiro? Porque quem está em campanha e tem o dinheiro contadinho, numa boa - eu prestei contas no meu primeiro mês: 23 mil e 500 reais -, alguns têm um pouco mais; outros, um pouco menos. Mas eu estive olhando no site de todos os candidatos e duvido que uns três ou quatro candidatos tenham gasto somente aquilo de que prestaram contas ali. Certamente deixaram para o mês de agosto e o mês de setembro, certamente, porque o visual que têm na Cidade, o número de veículos oficiais de campanha - não estou dizendo que são veículos oficiais de repartições públicas -, carros oficiais de campanha... Por exemplo, eu tenho três, mas esse parece que tem 80, 90, cem; qualquer lugar a que você vai tem caminhonetes, vans de última geração, zero quilômetro, parecendo que é uma campanha à Prefeitura de Porto Alegre! Determinados candidatos à Vereança fazem campanha que parece com a campanha do Prefeito, ou superior a de dois ou três candidatos à Prefeitura de Porto Alegre! Isso fica complicado de a gente entender; como é difícil entender o que é classe média.

O que é classe média? A classe média deixou de existir há muito tempo. Há muito tempo! Agora vem o Governo com números parabólicos, estrambóticos, extraordinários, dizendo que temos menos pobres, e que a classe média aumentou para 51,9%. Espera aí, eu sou classe média e me entendo sendo de classe média desde que nasci. Só que eu estudei até a 4ª série em escola pública. Mas hoje eu pago escola particular para o meu filho, e paga-se – isso é o que machuca, o que dói – o plano médico. Estamos num País que arrecada milhões, milhões e mais milhões para a Saúde, mas isso não é só no Governo do Lula ou no Governo do FHC; é a irresponsabilidade daqueles que chegam ao poder da República Federativa do Brasil. Todos! Apontem-me um Presidente que tenha chegado ao Planalto, na era moderna da política, e que tenha se comportado de maneira diferente. Todos rigorosamente iguais! Inclusive aquele Partido dos Trabalhadores, que pregou durante muitos anos, mentiu, enganou-nos durante tantos anos, que era o dono da ética e da moral; chega com o Lula, mas chega com uma quadrilha altamente qualificada e treinada até em guerrilha! José Dirceu - mas ele já está na ativa de novo; Antonio Palocci - já está na ativa de novo. E continuamos olhando. “Olha, a classe média melhorou”. Mas melhorou onde? E alguém disse aqui para visitarmos as vilas de Porto Alegre? Vai na vila para ver se acabou a pobreza. Não acabou; pelo contrário, aumenta a cada dia que passa! São coisas vergonhosas que a gente vê numa campanha política e que eu não admito, eu não consigo entender como é que isso ainda existe! E existe para as pessoas chegarem aqui e mentir! Basta ser da situação para chegar e dizer: “Não, está tudo bem”. Não, não está tudo bem! Mas a culpa não é do Governo atual, nem municipal, nem estadual e nem o federal! É o homem brasileiro que não tem vergonha na cara! Pelo menos aqueles que chegaram ao poder, todos indistintamente: Lula, Fernando Henrique, Collor de Melo. Todos. Porque um Governo é a cara do seu comandante. Ou quem está governando o País agora não é o PT? Se não for o PT que está governando o País, avisem-me, porque aí eu estou num outro planeta e não sei. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.).

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Haroldo de Souza.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Pela segunda vez, cumprimento o nosso querido Vereador Claudio Sebenelo, Presidente neste momento; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria cumprimentar o Prestes, aqui presente conosco, do PAM-3, comprometido não só com o atendimento dos pacientes que lá estão, mas com os funcionários da Saúde também. A Bancada do PTB o cumprimenta, colega Prestes.

Meus queridos, às vezes, tenho sido repetitivo nesta Casa nos assuntos que trago, mas eles precisam ser falados, refalados, trifalados, polifalados, multifalados, para ver se a gente consegue algum avanço.

De todos os projetos que apresentei, em todas as gestões, desde a gestão primeira da Frente Popular até agora a gestão Fogaça - meu amigo querido, a quem admiro muito -, em todas essas gestões aceitaram pouquíssimos dos projetos pensados para a Saúde, pensados pelo médico de ponta e Vereador. Quase todos os projetos seriam de grande importância para os usuários do SUS. Se eles passaram aqui, se foram votados por unanimidade, na próxima vez que eu tiver o tempo de 15 minutos para falar, como tive hoje, vou elencar os projetos apresentados, e aí vou perguntar para os Vereadores, vou dar aparte para os Vereadores, para que me digam por que será que projetos assim não são, de maneira nenhuma, sancionados pelo Prefeito. Opa, são sancionados! Mas por que, então, não são regulamentados, por que não acontecem?

Dizia, ainda há pouco, o Ver. Bernardino Vendruscolo, neste microfone, que uma pessoa caiu na rua, com mal-estar, e chamaram o SAMU. A pessoa, ao entrar na ambulância, ainda podendo falar, disse: “Levem-me para o hospital do meu convênio”, que é o Hospital Moinhos de Vento, Mãe de Deus, enfim. Aí diz o pessoal do SAMU: “Não, o senhor não pode ir para o seu hospital; nós só podemos carregá-lo para um hospital público”. Diz ele: “Mas eu tenho o meu convênio aqui, eu quero ir para um hospital do meu convênio, deve estar mais livre a sala de emergências”. E eles disseram: “Não, então o senhor vai ter que descer do carro do SAMU”. Aí, evidentemente, telefonamos para o Secretário, o qual me disse: “Goulart, não sou eu que designei assim, quem designa é a gestão Federal, é a Saúde do Brasil que diz que isso é assim”. Nós temos que aproveitar quando tem alguém querendo ajudar o SUS, e levá-lo para outro hospital. Aproveitem que alguém está querendo ajudar o SUS, porque ele está devendo para a sociedade brasileira. Ele é maravilhoso, mas ele ainda não está posto totalmente, ele é muito novo ainda, precisa amadurecer mais, precisa de mais gestões comprometidas com o SUS! E por que eu disso isso? Porque isso me espantou. E o que está me espantando? Se uma pessoa consultar em uma associação, em um sindicato, em uma ONG, e o médico lavrar uma receita, Ver. Sebenelo, não poderá retirar o remédio no SUS, como se não fosse um cidadão brasileiro com todos os direitos. Se fosse um médico privado, não aceitando, eu até entenderia a confusão mental feita na cabeça dos governantes. Mas um médico que atende em um sindicato, atende as pessoas de maneira gratuita! Se ele atende em uma associação é porque é gratuito; se atende em uma ONG é gratuito, por que não pode tirar remédio no SUS? E lá estão os diabéticos precisando de consultas, em filas enormes e não poderão mais consultar com seu médico da associação, porque terão que ir para o SUS e ficar três, quatro, cinco dias para tirar uma receita! E aí me diz, de novo, o Secretário: “Goulart, isso é uma norma do Ministério da Saúde”. Norma burra! Norma boba, como eu disse ontem! Nós não precisamos de governantes que atrapalhem o SUS; nós precisamos de Governantes que ajudem o SUS, Ver. Sebenelo. E V. Exª, que atende gente que precisa, sabe o que estou a dizer. Nós precisamos, Sr. Ministro, que homens se preocupem no avanço da saúde desta Pátria; não façam retrocesso no SUS, na Lei do SUS. Como uma pessoa portadora de uma doença, que necessita de medicação, não vai receber o remédio porque a receita é de uma associação? Não interessa! Desde que tenha o CRM, a licença e a assinatura do médico, ela tem que valer! Srs. Vereadores, vamos trabalhar para essa gente que precisa, e são milhares de pessoas que precisam dessa ajuda! Desafoguem o SUS! Um dia o SUS será eterno, grande, maravilhoso, único sobre o Planeta. Por enquanto não é, precisa de ajuda. Deixem as pessoas levarem as receitas dos seus médicos e retirarem os caros remédios do SUS para que elas possam aliviar a dor e o medo da morte, que é o pior dos pesadelos que nós podemos ter.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Dr. Goulart.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Ver. Claudio Sebenelo, Sras Vereadoras, nós assistimos aqui os Vereadores Haroldo de Souza e Luiz Braz falando sobre a situação que vivemos atualmente. Diria que não temos parâmetros para saber se era pior ou não antigamente. Lembro de uma matéria de jornal que dizia, há alguns anos, de um Governador que deixava o Palácio: “Saiu do Palácio Piratini e foi para uma casa, presente de amigos”. E parecia uma coisa muito natural. Hoje temos uma investigação muito profunda em relação a todos os atos de mulheres e homens públicos. E eu considero isso correto. Nós precisamos prestar contas à população de tudo aquilo que fazemos.

Nós temos a responsabilidade, no Legislativo, de fiscalizar os atos do Executivo, mas fiscalizar mesmo, Ver. Sebenelo. E nós comentávamos, o Ver. Luiz Braz colocando essa polêmica em relação à casa da Governadora, e quero dizer que o Procurador Da Camino, nesta tarde, encaminha uma representação ao Tribunal de Contas do Estado pedindo que a investigação sobre a compra da casa da Governadora Yeda Crusius seja ampliada (Lê.): “Há, ainda, aspectos importantes a serem esclarecidos. É preciso deixar bem claro que não se está apontando a transação como irregular, apenas que há elementos que merecem ser investigados. Declarou o Procurador em entrevista coletiva nesta tarde. Da Camino informou que será feita uma perícia nos documentos apresentados pelo advogado de Yeda, Paulo Olímpio Gomes de Souza, mas salientou que não há dúvidas com relação à autenticidade do mesmo. O Procurador não quis entrar em detalhes sobre os pontos que merecem ser ampliados, pois, segundo ele, a questão envolve terceiros”.

Eu colocaria que, no momento em que chegou a denúncia, é importante para a Governadora que seja amplamente esclarecida, que não fiquem dúvidas em relação à aquisição de sua casa.

Nós falamos, aqui, nesta tarde, em relação aos altos juros dos bancos, que no dia de ontem, uma manchete anunciava que mais de 300 milhões é o lucro do Banrisul. Ver. Claudio Sebenelo, um banco estatal não é para dar lucros, é para o fomento da indústria, do comércio. Mas não para dar lucro! E nós vemos uma inversão de valores, aí está se vangloriando de que está dando lucro; e se está dando lucro, alguém está pagando demais; alguém não está recebendo aquele incentivo que deveria receber.

Nós sabemos que a dificuldade é muito grande, e eu digo que a bagagem, a experiência que cada um de nós adquiriu - daqueles que têm uma longa vida pública, porque isso não se adquire na farmácia - é uma caminhada. Nós não podemos desistir, porque a nossa presença constante marca. Nós temos aí a denúncia de 40 milhões do Detran. Denúncias aqui de 150 mil reais! E eu continuo insistindo com esta Casa: por que não se discutem os 680 milhões cobrados indevidamente do esgoto cloacal ao longo destes anos? Vinte anos, de 1989 até agora. Por que não se discute isso? Por que esta Casa não debate? Por que nós não vamos, Ver. Dr. Goulart, investigar? Para a Saúde, para a Educação não faltam recursos, falta competência para administrar. E eu acho surpreendente quando as pessoas dizem: “Nunca foi feito antes”. Ontem, o jornal anunciava o repasse para as escolas. Nunca foi feito antes! “Iniciaram muito mal em 1995”. Não é verdadeiro! Nós iniciamos em 1991; e mais, nós iniciamos em 1991 o repasse trimestral antecipado. No primeiro dia do trimestre era depositado o recurso para o trimestre seguinte, depois passou a ser mensal, atrasado. E este Governo tem atrasado o repasse das escolas.

Então, vamos ser claros: cabe ao Legislativo, Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa e Câmara Federal investigar e fiscalizar o Executivo. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Nobre Ver. Claudio Sebenelo, presidindo os trabalhos; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, infelizmente nós vivemos num País que há muitos anos prioriza o econômico. Prioriza o sistema bancário, aqueles que têm dinheiro fácil, em vez da questão social. No nosso mandato estamos ligados à questão social, há tantos anos, porque dedicamos a vida à saúde pública e ao desenvolvimento com inclusão social. Mas a luta é muito difícil, é uma luta de Davi e Golias; mas não é por isso que nós vamos desistir. Enquanto nós estivermos na vida pública, e mesmo na vida privada, faremos o quê? Faremos a luta contínua para que nós tenhamos uma inclusão social real neste País.

A questão da Saúde pública é uma questão de gestão, sim, mas ela também é uma questão econômica, uma questão financeira, de prioridade e de foco, o que não tem sido dado nos últimos 20 anos neste País, um foco objetivo, claro para a nossa Saúde pública.

O que precisamos realmente? Fazer um enfrentamento desta matéria de uma maneira séria, de uma maneira competente, que não se crie uma Contribuição Provisória de Movimentação Financeira que dá 40 bilhões por ano para o País, teoricamente para a Saúde, e que, na prática, o dinheiro não vai para a nossa Saúde pública. Que uma cidade como Porto Alegre não seja gerida na sua Saúde integralmente pelo Município, pois o que acontece na realidade? Os nossos grandes hospitais não têm a gestão do Município. Nós temos o quê? Grandes hospitais que são praticamente hospitais estaduais. Por que estaduais? É só chegar no Grupo Hospitalar Conceição, na Santa Casa, no Hospital de Clínicas e ver quantos e quantos ônibus de Municípios, diariamente, estão estacionados ali na volta da Redenção. Por quê? Por falta de uma estrutura pública de Saúde setorizada, municipalizada, regional, neste País e neste Estado. Isso acaba onde? Acaba estourando em todo o SUS, em toda a sociedade. Acaba gerando situações como esta que foi colocada aqui pelo Ver. Dr. Goulart, por outros Vereadores, de o SAMU chegar e ter de levar a pessoa para um hospital público e não poder levá-la para o hospital do seu convênio médico. Por que isso? Será que é apenas para que não haja uma superutilização, por quem tem convênio médico, dessas ambulâncias? É isso que me vem à cabeça. Na realidade, nós sabemos que a urgência, a emergência não escolhe quem tem convênio ou quem não tem convênio. Então a estrutura, com certeza, deverá - e acredito que isso vai ser uma modificação na qual vamos também nos empenhar aqui - ser para todos. Assim como o SUS é universal e gratuito; então, temos necessariamente de estender seus braços - o SAMU é um desses braços importantes - a todas as pessoas.

Também tenho ficado muito preocupado, há muitos anos, com uma questão: todo inverno as emergências estão superlotadas; porque essas emergências estão superlotadas? Porque a Saúde pública no nosso Município tem apenas 84 PSFs hoje. O Governo Fogaça praticamente dobrou esse Programa tão importante para diminuir nosso problema de Saúde pública, para prevenir a doença. Agora, precisaríamos, realmente, ter 250 PSFs para que pudéssemos enfrentar o problema lá dentro da comunidade e fazer com que a procura ao hospital, com a resolutividade, seja muito referida, feita e resolvida lá na base, que é o que precisamos: resolver o problema das pessoas junto às suas comunidades.

Então, o que procurei fazer agora nos últimos dias em relação a isso? Existe um processo, um projeto nacional que é o Projeto das Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas – UPAs; é do Ministério da Saúde, já foi implantado no Rio de Janeiro, em vários outros municípios, para que haja postos 24 horas de média complexidade atendendo a população nas suas áreas de mais necessidade. Estamos junto ao Secretário Estadual Osmar Terra que está pleiteando, junto ao Ministro da Saúde, para Porto Alegre esse tipo de melhoria na área pública. Não é construir um hospital, porque este projeto é um projeto conteinerizado, ou seja, através de contêineres que são acoplados, é feito tipo um hospital, como um hospital de campanha, só de grande resolutividade, colocado em um local, onde realmente, com custo baixo, possamos atender a população. Agora, imaginem vocês, se houvesse um, por exemplo, no Centro Vida, na Zona Norte, uma área nobre do Estado. Lá atenderiam mais de 400 mil pessoas que hoje são obrigadas a se deslocar para onde? Para o Hospital Conceição, para a Lomba do Pinheiro ou para a Bom Jesus. Enfim, precisamos fazer com que a resolutividade do sistema seja maior, porque não dá mais para entrarmos em uma emergência hospitalar e ver que não existem leitos, que as pessoas estão sentadas, que estão acotoveladas umas sobre as outras; às vezes sendo muito bem atendidas, inclusive, mas que não querem sair desses locais para outros hospitais mais longe, com mais dificuldade de atendimento e menos qualificação, porque sabem que lá poderão ter uma dificuldade maior para resolverem seu problema de saúde. Então, nós somos parceiros para este Projeto, estamos tentando, realmente, fazer com que ele aconteça em Porto Alegre, no mínimo ali na localidade do Partenon, que é muito mal atendida, em frente ao Hospital Sanatório Partenon, e, também lá no Centro Vida e junto ao Hospital Parque Belém, que, há tantos anos, necessita de um pronto-atendimento. Saúde para todos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Dr. Raul.

Mensagem Retificativa do Sr. Prefeito ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/08, que institui no Município de Porto Alegre a Operação Urbana Consorciada Lomba do Pinheiro e dá outras providências.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3072/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/08, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que cria o Programa Anti-Pichação e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3313/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/08, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Bairro Jardim Isabel uma área do território urbano do Município de Porto Alegre e altera o inc. LIII do art. 2º da Lei nº 2.022, de 7 de dezembro de 1959, e alterações posteriores, que dá denominação aos bairros de Porto Alegre, alterando a delimitação do Bairro Ipanema.

 

PROC. Nº 3635/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/08, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor Lemir Valentim Magnani.

 

PROC. Nº 3914/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/08, de autoria do Ver. Professor Garcia, que estabelece o tempo máximo de espera para atendimento de clientes nas lojas de operadoras de telefonia celular e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4000/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o inc. III do art. 4º da Lei nº 10.377, de 1º de fevereiro de 2008, determinando que conste em decreto a vigência do quilômetro rodado II durante as 24 (vinte e quatro) horas dos dias do mês de dezembro.

 

PROC. Nº 4073/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que altera a ementa, o “caput” e o § 2º do art. 1º, a al. “b” do inc. I do art. 2º e o inc. II do art. 3º da Resolução nº 2.083, de 7 de novembro de 2007 – que institui o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, a Comenda Porto do Sol e o Diploma Honra ao Mérito, premiações a serem outorgadas pela Câmara Municipal de Porto Alegre, revoga legislação pertinente à matéria e dá outras providências –, alterando a denominação da Comenda Porto do Sol para Troféu José Lutzenberger.

 

PROC. Nº 4157/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Leopoldo Rassier o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Doze – Vila Mapa II –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 4158/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Tilápia o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Quinze – Vila Mapa II –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 4204/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Leandro o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 6024, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 4205/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Nair Bello o logradouro público cadastrado, conhecido como Beco 7 – Estrada dos Batillanas –, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. Nº 4437/08 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/08, de autoria da Mesa Diretora, que inclui parágrafo único no art. 72 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo previsão de Lei Complementar para dispor sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação de leis.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2212/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/08, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que institui como Área Especial de Interesse Cultural (AEIC), nos termos do art. 92 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) –, e alterações posteriores, área situada no Bairro Menino Deus, na Subunidade 1 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 52 da Macrozona (MZ) 1, constituída pela Avenida Luiz Guaragna e pelos imóveis nessa localizados, com vista ao reconhecimento de área remanescente de quilombo, ocupada pela Comunidade do Areal – Vila Luiz Guaranha.

 

PROC. Nº 4206/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Paulo Autran o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dez – Vila Mapa II –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 4230/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Senhor Roque Gelatti.

 

PROC. Nº 4248/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 179/08, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que institui homenagem ao ex-Vereador Glênio Peres mediante a construção de monumento no Largo Jornalista Glênio Peres e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4253/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Rubi o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Um – Estrada das Quirinas –, localizado no Bairro Lageado.

 

PROC. Nº 4254/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Esmeralda o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dois – Estrada das Quirinas –, localizado no Bairro Lageado.

 

PROC. Nº 4447/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Jade o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dez – Estada das Quirinas –, localizado no Bairro Lageado.

 

PROC. Nº 4472/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Flor do Antúrio o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Acesso Quatro – Vila Castelo –, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. Nº 4625/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 043/08, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Irmão Antonio Cecchin.

 

PROC. Nº 2085/08 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/08, de autoria do Executivo Municipal, que acrescenta parágrafo único ao artigo 33 da Lei Orgânica do Município.

 

PROC. Nº 2086/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/08, que dispõe sobre a criação e organização, no âmbito do Município de Porto Alegre, do Departamento do Programa de Saúde da Família – DPSF, e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 13.

 

PROC. Nº 3611/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que inclui o ensino de Noções de Ética e Cidadania no currículo de Ensino Fundamental das escolas públicas municipais e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3613/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que estabelece a obrigatoriedade da instalação de sinal sonoro nos semáforos das principais vias do Município de Porto Alegre, destinado a pessoas com deficiência visual, revoga a Lei nº 7.902, de 18 de março de 1997, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3784/08 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/08, que institui no Município de Porto Alegre a Operação Urbana Consorciada Lomba do Pinheiro, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. Este Vereador desiste também da Pauta.

Consideramos procedida a discussão preliminar de Pauta.

Visivelmente, não há quórum. Registramos as presenças dos Vereadores Dr. Raul, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Neuza Canabarro, Aldacir Oliboni.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h13min.)

 

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